Dentro da liturgia do Candomblé brasileiro, existem alguns homens e mulheres que se transformam possuídos pelos Òrìsà durante os rituais, esses são chamados de Ìyàwó Òrìsà (filho do Orixá) (ìyàwó-esposa) ou Elégún Òrìsà (aquele que é montado pelo Òrìsà) ou ainda, simplesmente, por médium, na terminologia afro-brasileira. Essa possessão é bastante notavel durante as festas públicas nas casas de Candomblé, quando se exibem os toques, as danças e as cantigas rituais para que as divindades se manifestam diretamente na pessoa incorporada.Nessas ocasiões, as pessoas cantam, dançam de maneira diferente, expressam-se verbalmente e os fiéis recebem suas mensagens como vindas daquele Òrìsà que agora está personificado no "medium".
Mas, para receber ou ter esta capacidade de incorporar o Òrìsà, essas pessoas têm de passar por certos rituais de purificação e iniciação para, aí sim, cumpridos os rituais, terem o privilégio de serem consideradas especiais, não importando o sexo, a idade, ou o tempo de iniciação. Pois uma pessoa que possuir capacidade de incorporar o Òrìsà é vista como um escolhido e não existe honraria maior para um adepto do culto do que a capacidade de incorporar um Òrìsà, emprestando o seu Orí àti ara (sua cabeça e corpo) para tornar-se um meio de comunicação direta do Òrìsà com os demais fiéis do culto.
A hierarquia do terreiro
O terreiro mais antigo do Brasil, nasceu na Bahia em Salvador há 450 anos, é conhecido como Engenho Velho ou Casa Branca e fica na Avenida Vasco da Gama.
O abiã é o iniciante, uma espécie de noviço. Participa de rituais até se tornar um iaô, filho-de-santo. Depois de pelo menos sete anos, chega ao posto de ebômi. Ao atingir esse posto, pode ser indicado a algum dos cargos do terreiro:
Iabassê: Mãe das comidas, responsável pela cozinha. Não recebe santo.
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Agibonã: Responsável pela iniciação dos iaôs. Não recebe santo.
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Ialaxê: Cuida das oferendas e objetos de culto aos orixás. Toma conta do terreiro quando o cargo de pai ou mãe-de-santo fica vago. Não recebe santo.
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Baba-quererê ou iá-quererê: Pai ou mãe-pequena, que ajuda no comando do terreiro. Recebe santo.
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Babalorixá e Ialorixá: É a outra forma para se referir a pai-de-santo e mãe-de-santo. São os únicos que jogam búzios.
Os ajudantes
Os ajudantes
Equedes:
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Iamorô: Cuida das cerimônias de Exu, um ritual fechado ao público. Exu convoca os orixás para a festa dos humanos. Oferece-se comida e bebida para ele.
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Ogãs: Ajudantes que não recebem o santo. São divididos em: alabês: tocadores de atabaque e Axoguns: responsáveis pelo sacrifício dos animais, que são oferecidos aos orixás pejigãs: tomam conta dos quartos dos santos
Alguns Orixás
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Iemanjá: É a entidade feminina mais respeitada do candomblé. Deusa dos mares e oceanos, recebe muitas oferendas no seu dia, 2 de fevereiro, que são lançadas ao mar. Mãe de todos os orixás, é representada com seios volumosos, que simbolizam a maternidade e a fecundidade. Também pode ser chamada de Janaína, Princesa do Mar, Sereia do Mar, Sereia Oloxum, Rainha do Mar e Dandalunda.
Elemento: água.
Elemento: água.
Personalidade: maternal e tranqüila.
Símbolo: leque e espada.
Dia da semana: sábado.
Colar: transparente, verde ou azul claro.
Roupa: branco e azul. Sacrifício: porco, cabra e galinha.
Oferendas: peixes do mar, arroz, milho, camarão com coco.
Ogum: Deus da guerra, do fogo e da tecnologia. No Brasil, é conhecido como deus guerreiro. Sabe trabalhar com metal e, sem sua proteção, o trabalho não pode ser proveitoso. É filho de Iemanjá e irmão de Exu.
Ogum: Deus da guerra, do fogo e da tecnologia. No Brasil, é conhecido como deus guerreiro. Sabe trabalhar com metal e, sem sua proteção, o trabalho não pode ser proveitoso. É filho de Iemanjá e irmão de Exu.
Elemento: ferro.
Símbolo: espada prateada.
Personalidade: impaciente, obstinado, conquistador e volúvel.
Dia da semana: terça-feira.
Colar: azul-marinho.
Roupa: azul, verde escuro, vermelho ou amarelo.
Sacrifício: galo e bode avermelhados.
Oferendas: feijoada, xinxim, acarajé e inhame.
Oxóssi (ou Odé): Deus da caça, da fartura e da colheita, está sempre descobrindo algo novo. É o grande patrono do candomblé brasileiro.
Oxóssi (ou Odé): Deus da caça, da fartura e da colheita, está sempre descobrindo algo novo. É o grande patrono do candomblé brasileiro.
Elemento: florestas.
Personalidade: intuitivo e emotivo.
Símbolo: rabo de cavalo e chifre de boi.
Dia da semana: quinta-feira.
Colar: azul claro.
Roupa: azul ou verde claro.
Sacrifício: galo e bode avermelhados e porco.
Oferendas: milho branco e amarelo, peixe de escamas, arroz, feijão e abóbora.
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Exu: Orixá mensageiro entre o homem e os deuses, guardião da porta da rua, das esquinas e das encruzilhadas. Todas as cerimônias começam com uma louvação a ele. Só assim é possível invocar os orixás. O lado feminino de Exu é a Pomba-Gira, que dança freneticamente, com cabelos soltos, saias rodadas e flores na cabeça.
Elemento: fogo.
Personalidade: atrevido e agressivo.
Símbolo: ogó (um bastão adornado com cabeças e búzios).
Dia da semana: segunda-feira.
Colar: vermelho e preto.
Roupa: vermelha e preta.
Sacrifício: bode e galo preto.
Oferendas: farofa com dendê, feijão, pimenta, charutos, água, mel e aguardente.
Mulheres que cuidam dos orixás incorporados e os ajudam em suas danças rituais. Não recebem santo.
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