sexta-feira, 8 de julho de 2011

Casa Branca do Engenho Velho, Sociedade São Jorge do Engenho Velho ou Ilê Axé Iyá Nassô Oká é considerada a primeira casa de candomblé aberta em Salvador, Bahia. Constituído de uma área aproximada de 6.800 m², com as edificações, árvores e principais objetos sagrados. É o primeiro Monumento Negro considerado Patrimônio Histórico do Brasil desde o dia 31 de maio de 1984.

Possessão pelo Orixá

Possessão pelo Orixá
Dentro da liturgia do Candomblé brasileiro, existem alguns homens e mulheres que se transformam possuídos pelos Òrìsà durante os rituais, esses são chamados de Ìyàwó Òrìsà (filho do Orixá) (ìyàwó-esposa) ou Elégún Òrìsà (aquele que é montado pelo Òrìsà) ou ainda, simplesmente, por médium, na terminologia afro-brasileira. Essa possessão é bastante notavel durante as festas públicas nas casas de Candomblé, quando se exibem os toques, as danças e as cantigas rituais para que as divindades se manifestam diretamente na pessoa incorporada.Nessas ocasiões, as pessoas cantam, dançam de maneira diferente, expressam-se verbalmente e os fiéis recebem suas mensagens como vindas daquele Òrìsà que agora está personificado no "medium".


Mas, para receber ou ter esta capacidade de incorporar o Òrìsà, essas pessoas têm de passar por certos rituais de purificação e iniciação para, aí sim, cumpridos os rituais, terem o privilégio de serem consideradas especiais, não importando o sexo, a idade, ou o tempo de iniciação. Pois uma pessoa que possuir capacidade de incorporar o Òrìsà é vista como um escolhido e não existe honraria maior para um adepto do culto do que a capacidade de incorporar um Òrìsà, emprestando o seu Orí àti ara (sua cabeça e corpo) para tornar-se um meio de comunicação direta do Òrìsà com os demais fiéis do culto.

A hierarquia do terreiro

O terreiro mais antigo do Brasil, nasceu na Bahia em Salvador há 450 anos, é conhecido como Engenho Velho ou Casa Branca e fica na Avenida Vasco da Gama.

O abiã é o iniciante, uma espécie de noviço. Participa de rituais até se tornar um iaô, filho-de-santo. Depois de pelo menos sete anos, chega ao posto de ebômi. Ao atingir esse posto, pode ser indicado a algum dos cargos do terreiro:

Iabassê: Mãe das comidas, responsável pela cozinha. Não recebe santo.
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Agibonã: Responsável pela iniciação dos iaôs. Não recebe santo.
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Ialaxê: Cuida das oferendas e objetos de culto aos orixás. Toma conta do terreiro quando o cargo de pai ou mãe-de-santo fica vago. Não recebe santo.
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Baba-quererê ou iá-quererê: Pai ou mãe-pequena, que ajuda no comando do terreiro. Recebe santo.
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Babalorixá e Ialorixá: É a outra forma para se referir a pai-de-santo e mãe-de-santo. São os únicos que jogam búzios.

Os ajudantes

Equedes:
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Iamorô: Cuida das cerimônias de Exu, um ritual fechado ao público. Exu convoca os orixás para a festa dos humanos. Oferece-se comida e bebida para ele.
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Ogãs: Ajudantes que não recebem o santo. São divididos em: alabês: tocadores de atabaque e Axoguns: responsáveis pelo sacrifício dos animais, que são oferecidos aos orixás pejigãs: tomam conta dos quartos dos santos

Alguns Orixás
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Iemanjá: É a entidade feminina mais respeitada do candomblé. Deusa dos mares e oceanos, recebe muitas oferendas no seu dia, 2 de fevereiro, que são lançadas ao mar. Mãe de todos os orixás, é representada com seios volumosos, que simbolizam a maternidade e a fecundidade. Também pode ser chamada de Janaína, Princesa do Mar, Sereia do Mar, Sereia Oloxum, Rainha do Mar e Dandalunda.

Elemento: água.
Personalidade: maternal e tranqüila.
Símbolo: leque e espada.
Dia da semana: sábado.
Colar: transparente, verde ou azul claro.
Roupa: branco e azul. Sacrifício: porco, cabra e galinha.
Oferendas: peixes do mar, arroz, milho, camarão com coco.

Ogum: Deus da guerra, do fogo e da tecnologia. No Brasil, é conhecido como deus guerreiro. Sabe trabalhar com metal e, sem sua proteção, o trabalho não pode ser proveitoso. É filho de Iemanjá e irmão de Exu.

Elemento: ferro.
Símbolo: espada prateada.
Personalidade: impaciente, obstinado, conquistador e volúvel.
Dia da semana: terça-feira.
Colar: azul-marinho.
Roupa: azul, verde escuro, vermelho ou amarelo.
Sacrifício: galo e bode avermelhados.
Oferendas: feijoada, xinxim, acarajé e inhame.

Oxóssi (ou Odé): Deus da caça, da fartura e da colheita, está sempre descobrindo algo novo. É o grande patrono do candomblé brasileiro.

Elemento: florestas.
Personalidade: intuitivo e emotivo.
Símbolo: rabo de cavalo e chifre de boi.
Dia da semana: quinta-feira.
Colar: azul claro.
Roupa: azul ou verde claro.
Sacrifício: galo e bode avermelhados e porco.
Oferendas: milho branco e amarelo, peixe de escamas, arroz, feijão e abóbora.
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Exu: Orixá mensageiro entre o homem e os deuses, guardião da porta da rua, das esquinas e das encruzilhadas. Todas as cerimônias começam com uma louvação a ele. Só assim é possível invocar os orixás. O lado feminino de Exu é a Pomba-Gira, que dança freneticamente, com cabelos soltos, saias rodadas e flores na cabeça.

Elemento: fogo.
Personalidade: atrevido e agressivo.
Símbolo: ogó (um bastão adornado com cabeças e búzios).
Dia da semana: segunda-feira.
Colar: vermelho e preto.
Roupa: vermelha e preta.
Sacrifício: bode e galo preto.
Oferendas: farofa com dendê, feijão, pimenta, charutos, água, mel e aguardente.
Mulheres que cuidam dos orixás incorporados e os ajudam em suas danças rituais. Não recebem santo.
O candomblé foi levado ao Brasil por escravos nativos da África, na região de Angola, no final do século XVI. Entre as religiões brasileiras o candomblé é considerada a mais pura, é uma religião musical e culturalmente rica, pois sua dança tem papel muito importante nos rituais. O Candomblé é o culto afro que mais preserva as origens africanas em sua integridade, procurando evitar o sincretismo religioso. Para os colonizadores portugueses, as danças e os rituais eram considerados feitiçarias e deveriam ser proibidos. A solução encontrada era rezar para um santo e acender a vela para os orixás. Por isso, o candomblé possui alguns traços do catolicismo.

Os Orixás são os deuses africanos cultuados no candomblé. Alguns são seres primordiais, outros são vistos como ancestrais divinizados dos clãs africanos. Eles estão longe de se parecerem com os santos católicos que um sincretismo arcaico insiste em manter. Ao contrário, eles revelam características humanas, como emoções, vontades e tendências diversas, que os aproximam bastante das pessoas que os têm como patronos. Cada traço da personalidade é associado a um elemento da natureza e de sua cultura. O Àse das forças da natureza é parte do Òrìsà, porque o seu culto é exatamente dirigido a esses poderes: nascimento, vida e morte, saúde, doenças, chuva, orvalho, mata, rio etc. Representam os quatro grandes elementos: fogo, ar, terra e água, e os três estados físicos dos corpos: sólido, líquido e gasoso. Representam ainda os três reinos: mineral, vegetal e animal, além dos princípios masculino e feminino, também presentes em sua representatividade. Tudo isso revela o poder vital, a energia, a grande força de todas as coisas existentes, que é denominada de Àse.Cada Orixás possui seu sistema simbólico: cores, cantigas, danças, rezas, comidas e proibições.

O que é Cndomblé

O candomblé foi levado ao Brasil por escravos nativos da África, na região de Angola, no final do século XVI. Entre as religiões brasileiras o candomblé é considerada a mais pura, é uma religião musical e culturalmente rica, pois sua dança tem papel muito importante nos rituais. O Candomblé é o culto afro que mais preserva as origens africanas em sua integridade, procurando evitar o sincretismo religioso. Para os colonizadores portugueses, as danças e os rituais eram considerados feitiçarias e deveriam ser proibidos. A solução encontrada era rezar para um santo e acender a vela para os orixás. Por isso, o candomblé possui alguns traços do catolicismo.

Os Orixás são os deuses africanos cultuados no candomblé. Alguns são seres primordiais, outros são vistos como ancestrais divinizados dos clãs africanos. Eles estão longe de se parecerem com os santos católicos que um sincretismo arcaico insiste em manter. Ao contrário, eles revelam características humanas, como emoções, vontades e tendências diversas, que os aproximam bastante das pessoas que os têm como patronos. Cada traço da personalidade é associado a um elemento da natureza e de sua cultura. O Àse das forças da natureza é parte do Òrìsà, porque o seu culto é exatamente dirigido a esses poderes: nascimento, vida e morte, saúde, doenças, chuva, orvalho, mata, rio etc. Representam os quatro grandes elementos: fogo, ar, terra e água, e os três estados físicos dos corpos: sólido, líquido e gasoso. Representam ainda os três reinos: mineral, vegetal e animal, além dos princípios masculino e feminino, também presentes em sua representatividade. Tudo isso revela o poder vital, a energia, a grande força de todas as coisas existentes, que é denominada de Àse.Cada Orixás possui seu sistema simbólico: cores, cantigas, danças, rezas, comidas e proibições.

Roupas de Candomblé



Roupa de ração é a roupa usada diariamente em uma casa de Candomblé. São roupas simples feitas de morim ou cretone.
As roupas de ração podem ser coloridas ou brancas, dependendo da ocasião na roça de candomblé. Compõem o jogo: saia (axó) de pouca roda para facilitar a movimentação, singuê (espécie de faixa amarrada nos seios que substitui o sutian), camisu ou camisa de mulata, geralmente branco e enfeitado com rendas e bordados, calçolão (espécie de bermuda amarrada por cordão na cintura, um pouco larga para facilitar a movimentação e proteger o corpo em casos que se é necessário sentar no chão), pano da costa e o ojá, um pano que se amarra à cabeça.
O axó tem uma representação muito grande no Jeje. A roupa fala de um simbolismo muito especial, que além de ético e moral, os axós dão para as mulheres posição e postura. É bonito se notar a forma e a reverência que estas roupas expressam em sua aparência e jeito: respeito acima de tudo! As mulheres de jeje, especialmente o mahin, quanto a composição de singuê, de xokotô (espécie de calça, também chamado "cauçulu"ou calçolão"), saia, e camisu, compoem seu axó.
O vestuário de uma Iyalorixá é diferente das roupas usadas pelas ekédis e yaôs, é caracterizada pelo uso da "Bata" que é usada por fora da saia com o camisu por baixo, nas casas tradicionais somente a Iyalorixá pode usar, se ela permitir suas filhas egbomis podem usar também, mas nunca permitirá o uso da Bata por uma ekédi, Yaô ou abian.
A Bata é símbolo de cargo ou posto dentro da hierarquia do candomblé. O pano da costa dobrado sobre o ombro também tem sua representação, é um símbolo de cargo pois as Yaôs o usam amarrado no peito, as egbomis na cintura e Iyalorixás no ombro.
Normalmente, saias e Batas de bordado richelieu , também só são usadas pelas Iyalorixás, assim como o pano da costa de Alaká africano.
Os turbantes também chamados de torço ou ojá, usados na cabeça normalmente são maiores e mais ornamentados, assim como determinados fio-de-contas não podem ser usados por pessoas que não tem cargo, o (fio de ouro)por exemplo só pode ser usado por Iyalorixás com mais de 50 anos de Santo, símbolo de senioridade (como o usado por mãe Menininha).

Além do simbolismo do vestuário, existem muitos objetos que podem ser caracterizados e usados somente por Iyalorixás e Babalorixás, o anél de ouro com um búzio incrustado é um deles. O brinco de ouro com búzio antes também exclusivo das iyalorixás tornou-se de uso comum, sendo usado até por pessoas que não fazem parte da religião.
Na nação Jeje o uso do Humgebê só é permitido a quem já fez a obrigação de sete anos, ou melhor, é quando a pessoa recebe o hungebê que passa a ser um vodunsi.
Outra característica do vestuário é o uso do Ojá na cabeça, no Candomblé Jeje quem é de santo aboró usa o ojá com uma aba, e quem é de santa Iyabá ou Aiabá usa duas abas.